quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Há dias que, quando acordo, me repudio por sentir tal amor. Que me consome, que me aborrece, que me entristece, que não passa e só devasta.
Sinto-me sujo por te amar tanto e não enxergar a possibilidade de um dia, realmente, te conquistar.
Um ano se passou e esse amor só parece aumentar, meu coração bate forte só em ouvir teu nome. Mas não aguento mais a contradição que eu mesmo criei.
Sentimentos variados já inundaram minha cabeça em relação a você.
Hoje te amo.
Amanhã te odeio.
Às vezes não consigo decifrar o que sinto.
Não sei por que, mas quero manter essa ilusão.
Tranco-me nesse sofrimento e o mundo parece não existir, além de nós dois.
Acho que jamais amarei alguém dessa maneira. Nem sei se isso é possível.
Só quero poder te dar o melhor de mim.
Só quero poder te amar verdadeiramente, sem me preocupar com o resto. Aliás, o resto é totalmente plausível comparado com a dificuldade de te amar.

SONETO DE CONTRIÇÃO
(Vinicius de Moraes)

Eu te amo, Maria, te amo tanto
Que o meu peito me dói como em doença
E quanto mais me seja a dor intensa
Mais cresce na minha alma teu encanto.

Como a criança que vagueia o canto
Ante o mistério da amplidão suspensa
Meu coração é um vago de acalanto
Berçando versos de saudade imensa.

Não é maior o coração que a alma
Nem melhor a presença que a saudade
Só te amar é divino, e sentir calma...

E é uma calma tão feita de humildade
Que tão mais te soubesse pertencida
Menos seria eterno em tua vida.

2 comentários:

Tiago Fagner disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tiago Fagner disse...

Legal o poema! Pelo jeito o amor te pegou de jeito né, cuidado para não passar tempo demais numa estação onde não vai chegar trem nenhum! Vem muita coisa boa pra você ainda. Abraço Pedro!