domingo, 30 de novembro de 2008

C'est la vie!

30 de Novembro vai ficar marcado como o dia do “Fuck you!” O tempo passou, você não me deu valor, agora tudo que me completou, acabou!
Cansei de te amar. Cansei de me humilhar por você. Cansei de aturar meu próprio sofrimento por esse amor ímpar.
Agora CHEGA!
Tentei inúmeras vezes te mostrar um décimo do meu amor, você não aceitou.
Azar o seu. Cansei de você. Cansei de sua indiferença.
O mundo é bem maior que você. E estou pronto para desfrutar dessa imensidão.
Fui apedrejado pela realidade, que tentava, de todas as formas, me chamar a atenção, mas, a cegueira desse amor não permitia que eu a abandonasse. Sentia a dor dos ferimentos, mas não eram suficientes para me libertar. Mas, com um movimento ágil, da esperteza que ainda me cabia, finalmente, me livrei das garras da ilusão.
For God’s sake!
Como pude me deixar abater por todo esse tempo?
Que fraqueza era essa que me consumia?
Como pode um sentimento ser mais forte que a própria consciência?
Mas, esqueçamos o passado e pensemos no futuro que brilha bem em frente aos meus olhos. Depois de mais de um ano vivendo em uma tempestade diária, o sol, finalmente, apareceu, trazendo consigo um novo começo e a esperança outrora perdida.
Felicidade? Chegou a hora de você invadir e tomar conta do meu coração.
Eliminei a tristeza, expulsei o sofrimento, matei a ilusão.
Não há mais ervas daninhas impedindo o crescimento das margaridas. Agora é sua vez de inundar meu peito de bons pensamentos.

....

Enquanto estava escrevendo esse post, lembrei de uma poesia de Vinicius de Moraes: Antiode à tristeza.

Antiode à tristeza

Ó enfermeira sem som do olhar sem cor
Que refletida ao último infinito
Pela lúcida insânia dos espelhos
Passeias pelo imenso corredor
Desta antiga Irmandade! Ó sonolenta
Irmã-sem-Caridade, que vagueias
Com tuas leves sandálias de silêncio
Cuidando com desvelo da saudade
E dos males de amor de cada enfermo!
Ó guardiã do ermo, provedora
De langor, que pelo imenso corredor
Deste hospital sem termo, te comprazes
Em deitar éter sobre o sofrimento
Dos que querem viver, e dar morfina
Aos que morrem de amor! Ó freira louca
Irmã-sem-Fé, a desfiar, ausente
Teu rosário sem fim de contas ocas!
Ó trânsfuga da vida, esmaecida
Monja: o que queres mais de mim?
Já não te dei meus dias, minhas noites
E até minhas auroras, não te dei?
Já te mandei embora? Não fui sempre
Teu melhor paciente, e o mais antigo?
Não fui amigo teu, mesmo doente
De ti, não fui, Madre desoladora?
Pois agora te digo: vai-te embora!
Afasta-te de mim! não mais te quero
Irmã-sem-Esperança, confessora
Sem perdão, de quem mais nada espero
Senão vazio e angústia. Irmã-sem-Dor
Com teu rosário e teu burel de cinzas
A empoeirar de tédio as minhas horas.
Vai predicar além, predicadora
Da voz ausente, vai! que se me voltas
Eu grito nomes feios, eu te espanco
Ou te enforco em teu terço de mil voltas
Ou caio na risada, ou te exorcizo
Com um gigantesco crucifixo branco
Onde, transverberando luz do flanco
Resplende o corpo nu da minha amada!

Um comentário:

Tiago Fagner disse...

Parabéns rapaz! Eu também tomei a decisão de me desligar do passado Pedro, agora é um recomeço. Torço pra que essa tua fase seja muito proveitosa.